No dia 13 de maio de 2009, “celebra-se” 121 anos da assinatura da Lei Áurea de Abolição à Escravatura. Celebra-se está entre aspas porque realmente a data deve levar todos nós ao seguinte questionamento: o negro realmente se viu livre dos grilhões da opressão, quando a Princesa Isabel resolveu abolir algo tão ignominioso quanto a escravatura do homem pelo próprio homem? A resposta, certamente, é negativa. Modificou-se, sim, um estado de coisas. O negro deixou de ser escravo, mas continuou perseguido e inferiorizado. Terminaram-se as surras de chibata, mas sobrevieram as humilhações, com palavras e atos, as quais, até hoje, insistem em discriminá-lo e rotulá-lo como ser inferior e marginalizado, em uma sociedade que muito deve ao suor de seu trabalho e a sua inegável contribuição cultural. Na verdade, historicamente, pode-se pensar no ato da monarca como fruto de um coração benemérito, mas sua decisão foi motivada por pressões políticas, haja vista a intensa mobilização de grupos abolicionistas naquele ano de 1888. De escravo, o negro passou a trabalhador assalariado, cujo pagamento sempre seria menor que o dos brancos devido a sua condição de “inferioridade”. Por isso, o dia de hoje serve à reflexão, de que estamos muito longe de uma sociedade realmente justa e igualitária, pois em pleno século XXI ainda somos presa de velhos preconceitos, os quais em nada contribuem para que cresçamos enquanto seres humanos. Conforme alude o título da postagem à canção, vida de negro é mesmo difícil, ainda em 2009....Lamentavelmente.
Por Fabio Garcez
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